There is Nothing Left to Lose

A Catarse - II

Existem certas situações que você acha que nunca vão acontecer. Certos ossos que fraturaram e você achou que nunca mais iam quebrar. Mas eles nunca se refizeram. Ficam só escondidos debaixo de cascas, po, falta de memória, problemas novos e restos humanos.
Sexta morreu um cara. Um cara que eu conhecia. Que já foi um dos meus melhores amigos. Se eu aidna tinha contato? Não mesmo. Fazem...seis anos que não entro em contato. Agora nunca mais mesmo.
Tenho um trauma de adolescencia que por mais surreal que seja, aconteceu. E sei que das duas pessoas que me deixaram nesta situação, que agitaram para ela acontecer, ele foi um deles. Sim, o cara que era, meses antes, um grande amigo. Mesmo. Só para constar, o outro idem.
Mudei minha vida de ponta cabeça por causa disso. Não sei nem explicar o quanto mudou. Posso até dizer que por seis meses fui alcoolatra, ou melhor, não soube o que era ficar sobrio. Foi quando realmente comecei a fumar. Sim, passei nos vestibulares, inclusive do IME bebado. Literalmente.
Dois anos apos este trauma, que por coincidencia aconteceu seguido de outro, que somente a uns meses consegui acabar de vez com ele, numa tarde de vespera de Natal, resolvi fazer algo relacionado ao trauma (uma conversa relacionada a dois anos depois) e entrei em contato com quem já foi para mim um irmão. Maravilhoso.
Em seguida, na noite da vespera de Natal, este sujeito me liga querendo falar comigo. Ele falando que soube que eu o odiava, mas que não queria morrer com alguém o odiando.Tivemos um certo papo, e acabei visitando os velhos amigos, os que me fizeram este trauma. Foi uma otima noite. Porem, dois dias depois, fui novamente reve-los, e por minha culpa, estraguei tudo de novo.
Mas certas coisas não esqueço. COmo o apelido que constava no obituário, lembro bem de quando ele "nasceu". Lembro dele me ajudando a tentar colocar uma musica em novela da Globo, com a banda (e só não foi por medo meu). Lembro de varias noites que passamos na portaria de seu predio, ou em seu play (entrando escondidos dos porteiros), batendo papo. Lembro que fui eu que fiz ter seu primeiro porre. O conselheiro de sua primeira paixão. Tenho ainda umas gravações de musicas que fizemos juntos, apesar de você não tocar nada nem escrever, mas improvisar boas comedias.
Mas tambémlembr de quantos traumas me decorreram daqueles 2 dias. Daqueles fatidicos 2 dias. O que certas coisas podem fazer na cabeça de um jovem que são tão difíceis tirar... Me lembra uma pessoa que tem medo de careta. Sim, literalmente. Apesar de saber que é brincadeira, é decorrente de uma brincadeira de criança que a traumatizou. Sei o que ainda passo.

disse Tommy Molto pelas 3/24/2004 02:27:00 p.m.